Sobe para mais de 3.900 número de mortos em terremoto no Nepal

Após mais de 30 horas do terremoto de magnitude 7.8 que atingiu o Nepal, na manhã do último sábado (25), os números de vítimas fatais não param de crescer. Autoridades de todos os países afetados pelo tremor indicam que mais 2.500 pessoas morreram.  
No Nepal, pelo menos 2.430 pessoas morreram e outras 5.900 ficaram feridos, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Laxmi Prasad Dhakal. Avalanches provocadas pelo tremor deixaram 22 mortos e 217 desaparecidos no monte Everest, que fica na divisa entre o Nepal e a China. 
O número de vítimas fatais na Índia chegou a 56, a maioria delas no Estado de Bihar, como apontou a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres. Outros 17 cidadãos chineses morreram no Tibete, de acordo com fontes locais. 
O Itamaraty informou que há registro de 79 brasileiros no Nepal. Desses, 54 já foram localizados e estão bem.  Por enquanto, não há registro de brasileiro entre as vítimas do terremoto. 

Cenário de destruição 

O forte tremor destruiu milhares de casas e prédios históricos, e desde a manhã de sábado, quando aconteceu o tremor principal, o Nepal já sofreu pelo menos 35 réplicas de entre 4 e 6,7 graus.
Vários edifícios desabaram no centro da capital nepalesa, incluindo templos seculares. Um importante marco histórico na cidade, a torre de Dharahara, declarada patrimônio da Unesco, ficou quase toda destruída.O centro antigo de Katmandu é formado por um emaranhado de edifícios próximos uns dos outros, ruas estreitas e casas mal construídas, com grandes famílias morando nelas.
"Há relatos de danos generalizados. A devastação não está confinada a algumas áreas do Nepal. Quase todo o país foi atingido", disse Krishna Prasad Dhakal, vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.
Em meios aos escombros, as ruas de Katmandu amanheceram neste domingo cheias de pessoas que passaram a noite em claro diante da ameça de novos tremores. E centenas de moradores se preparavam inclusive para passar a segunda noite consecutiva a céu aberto. 
O ministro da Informação, Minendra Rijal, disse à televisão indiana que "foi lançada um grande plano de ação de resgate e reabilitação e há muito a ser feito". "Nosso país está num momento de crise e precisará de apoio e ajuda imensos", completou ele. 
Segundo a ONG Oxfam, que tem fornecido água potável e artigos de primeira necessidades às vítimas, as comunicações, a eletricidade e a água corrente nas regiões atingidas pelo tremor foram cortadas. Os hospitais também estão encontrando dificuldades para atender a todos os feridos. Medicamentos e suprimentos também estão se esgotando.
Estima-se que 4,6 milhões de pessoas na região foram expostas aos tremores, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Apenas no Nepal, 30 dos 75 distritos - 40% do território nepalês - foram afetados pelo terremoto. Somente a cidade de Katmandu tem população de 1 milhão de pessoas, e o Vale de Katmandu, 2,5 milhões, muitas vivendo em condições de pobreza.
 
O governo nepalês anunciou que as escolas permanecerão fechadas por pelo menos cinco dias e dispensou os funcionários públicos para que pudessem ajudar nos esforços de resgate locais .
 

Pior abalo sísmico desde 1934

De acordo com o jornal francês "Le Monde", o abalo sísmico deste sábado é o mais forte registrado no Nepal desde 1934, ano em que um terremoto de magnitude 8 provocou entre 10 mil e 20 mil mortes.
O jornal também afirma que 18 pessoas morreram hoje em decorrência de avalanches no monte Everest, provocadas por tremores relacionados ao terremoto. A região é bastante procurada por alpinistas nesta época do ano.
Autoridades do Nepal informaram que um deslizamento de neve encobriu parte de um acampamento de base. Segundo o Ministério do Turismo, foram confirmados ao menos 18 mortos, "estrangeiros e sherpas [guias]", cujas identidades ainda não foram divulgadas. Estima-se que cerca de mil pessoas, entre as quais 400 alpinistas estrangeiros, estivessem no entorno do campo base no momento da avalanche.
Um montanhista brasileiro, o cearense Rosier Alexandre, faz parte de uma expedição ao Everest que foi afetada. O acampamento onde ele estava foi destruído pela avalanche, mas Rosier está bem, de acordo com informações de sua mulher, Danúbia Saraiva.

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