Pesquisadores recuperam tesouro de navio afundado na 2ª Guerra Mundial com R$ 155 milhões

Após 30 anos de buscas, destroços são localizados na costa da Namíbia, a 5.150 metros de profundidade


RIO - Uma equipe formada por exploradores franceses e britânicos recuperou caixas cheias de prata transportadas pelo City of Cairo, um navio de carga que naufragou durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo o jornal francês “Le Figaro”, que revelou o achado, essa é a “incrível história de um tesouro enterrado no fundo do mar”. A carga incluía barras de prata que totalizam o valor de US$ 50 milhões (mais de R$ 155 milhões), além de lã. Os destroços foram encontrados na costa da Namíbia, a 5.150 metros abaixo do nível do mar — 2 mil metros mais profundos do que os destroços do Titanic — e apenas parte da carga foi trazida à superfície.
Em 6 de novembro de 1942, enquanto o City of Cairo estava navegando entre Bombaim, na Índia, e a Inglaterra, foi atacado com torpedos enviados por um submarino alemão. O navio estava transportando 7.422 toneladas de carga e 2.182 baús cheios de moedas de prata. No total, a embarcação levava 100 toneladas de prata, então de propriedade do Tesouro Britânico, que foram parar no fundo do mar, sem que fosse possível localizar com precisão o local do naufrágio. Depois de mais de trinta anos de trabalho, John Kingsford e a equipe que ele formou tiveram sucesso onde nenhuma expedição havia triunfado: encontrar os restos do navio.

De acordo com a lei britânica, os caçadores de tesouro podem embolsar o dinheiro encontrado num naufrágio da marinha inglesa. Por isso, a empresa Deep Ocean Search, responsável pela busca e por formar a equipe de especialistas franceses e britânicos, não poupou despesas. A companhia construiu, por exemplo, seu próprio material de pesquisa: o único sonar no mundo capaz de rastrear o mar até 6 mil metros de profundidade. Graças ao trabalho de John Kingsford, a equipe foi capaz de limitar seu trabalho de busca a uma área de 3.600 quilômetros quadrados na costa da Namíbia.
Assim que os primeiros ecos do naufrágio foram detectados, a Deep Ocean Search lançou no mar um robô de controle remoto que transmitiu as primeiras imagens. Este foi um momento comovente para a equipe, que criou até uma página no Facebook para contar a história dos 30 anos de pesquisas.
A Deep Ocean Search fez questão de deixar no mesmo local onde foram encontrados os pertences pessoais dos 302 passageiros do navio. A maioria das pessoas sobreviveu ao ataque do submarino alemão, mas muitos morreram em um segundo naufrágio, do navio que os resgatou. Depois que a prata contida no navio foi recuperada, em setembro de 2013, uma placa comemorativa foi instalada em memória às vítimas.

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